segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ainda to de vertigem!!!!
não vejo e não escuto bem. As impressões e sensações de sábado ficam andando pelo corpo. Um momento isso outro aquilo!
Foi muito forte tudo e denso também. As 10 da noite ainda estava no maletta e um peso na cabeça, um ar rarefeito, parecia ser possível cortar o vazio de oxigênio como um queijo.

As 12/24hs estava no maletta, mais leve e sentindo a brisa refrescante na varanda de cima.

Os jornais ficaram mudos! Pq se quer esquecer o maletta? Fingir que não existe? Marginais e tráfico de tudo ali tem... alguns chiques e famosos circulam via quina e pq não perpendicular..mas tudo é sujo, tudo é velho, tudo é arquitetura, tudo é silêncio.

Enquanto circulava pelas ações, enquanto circulava pelo maletta, contrastes - desigualdades - ofenças, tudo me parecia visível. Ver os falos de gelo serem masturbados pelo pano branco que nunca seca - desejo jorrando enquanto se bebe uma cerveja e não vejo nada. uma cena forte, cruel, linda!
Ver o homem encapuzado, como um prisioneiro da ditadura, um ex querdista e sua culpa branca, culpa que não é culpa - des-in formação. Culpa que jorra sangue magenta, rosachoque, quase vermelho. Camisa transparente, costas abertas e água muita água - pensei em uma arma e uma violência - a água pode machucar como uma faca. Isso eu vi e senti!

Torresmo e cachaça, memórias boas e ruins. Quem pode dizer? O duro e mole - duas memórias que podem ser uma. Aquela que lemos e aquela que vivemos no instante da leitura, sorvendo álcool e gordura. Saborosos! Depois, a mudança de lugar e o aconchego de um território propício. O movimento de busca daquilo que contribui para a existência do trabalho, do ambiente adequado, da cena perfeita. ficção? documentário? ilusão certamente...

E a tentativa de bloqueio de uma passagem que virou fetiche! Brincadeira de jovens que não sabem nada disso. Será uma estupidez apontar a restrição, a interdição? Tudo serve para brincar na sociedae do espetáculo. Tudo é motivo de alegria, riso, chacota, superficialidades...

E entra Nazareth, o grande porco, morto. Mas a carne ainda é viva, os olhos brilham. A morte ainda recente não havia dado sua certeza. O animal vivia na memória de quem o via. Paulo encarnava esse devir porco, devir torresmo, devir to bêbado. Sou louco e sou porco! sou quem vc come, quem vc mata, quem vc lambe os dedos...sou porco, sou paulo!

E na banca de doações, doações???? quem sabe o que é isso!? quem ousa pensar em doar algo? Talvez nós artistas, ainda capazes de acreditar, mesmo sem um tostão, que somos merecedores disso.

Obrigado pela participação de vcs!
Obrigado pela doação de tempo e energia e pela vertigem dos sentidos.

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